


OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO OSWALDO NERI (Belo Horizonte, MG), OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DO RETIRO DAS PEDRAS (Brumadinho, MG), OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DAS ARAUCÁRIAS (Araraquara, SP), OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DO COLÉGIO NOSSA SENHORA DE NAZARÉ (Conselheiro Lafaiete , MG) e OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL VIÇOSA (Viçosa, MG) Com o objetivo de fabricar instrumentos astronômicos de qualidade para os astrônomos amadores brasileiros, fundou em 1978 em Belo Horizonte (MG), a B. RIEDEL CIÊNCIA E TÉCNICA. Em sua fábrica, a B. Riedel Ciência e Técnica Ltda., telescópios modernos nascem em meio a velhas máquinas de costura, colchões rasgados e geringonças enferrujadas que um dia poderão ter utilidade. Seu maior orgulho é a câmara de vácuo que consumiu cinco anos de trabalho, vários deles juntando polias de assadeira de frango (a popular televisão de cachorro), bomba de vácuo da Força Aérea americana e correia de copiadora. Antes de entrar na câmara de vácuo para ser transformada em espelho de telescópio, a lente é aquecida num antigo forno de pizza. O principal instrumento utilizado pelos astrônomos para estudar o Universo é o telescópio. Existem três tipos de telescópios: refratores, constituídos apenas por lentes; refletores, constituídos apenas por espelhos; catadióptricos, constituídos por lentes e espelhos. O telescópio refrator, é também chamado de luneta, principalmente quando é de pequena dimensão. A luneta de Galileu é um telescópio refrator, aonde a ocular é uma lente divergente. Até 1851, os espelhos em geral eram fabricados com uma liga metálica chamada "speculum", obtida mediante a fusão de cobre (71%) e estanho (29%). Na fabricação dos espelhos de seus telescópios (1671) Isaac Newton utilizava uma liga semelhante chamada "bell-metal", muito conhecida dos alquimistas da época devido a sua semelhança com a prata, à qual ele adicionava um pouco de arsênico. Quando polido, o speculum brilhava com uma reflexão da ordem de 50%. Mas devido a alta concentração de cobre, a liga se oxidava, perdendo grande parte de seu poder de reflexão, necessitando o espelho ser polido novamente. Esta era uma operação trabalhosa, pois os espelhos metálicos, além de difíceis de polir, eram muito pesados. Em 1851 o químico alemão Justus Von Liebieg desenvolveu um processo prático para a precipitação da prata metálica sobre superfícies de vidro, tornando-as refletoras.
Mesmo se oxidando depois de alguns meses, é mais fácil remover a prata do que polir novamente um pesado espelho metálico. A partir daí, os telescópios de reflexão tiveram um grande impulso, atingindo aberturas impossíveis de se obter com os telescópios de refração. Finalmente, em 1934 os físicos Strong e Williams nos Estados Unidos conseguiram simplificar a técnica de deposição do alumínio em alto vácuo sobre a superfície de espelhos astronômicos. Ao contrário da prata, o alumínio tem boa aderência ao vidro e grande resistência a oxidação, podendo um aluminizado durar anos, desde que bem cuidado. Mas nos grandes telescópios profissionais, geralmente de tubo aberto, a realuminização é feita uma vez por ano. A deposição é realizada em câmaras de vácuo aonde a pressão é muito baixa e a espessura da camada de alumínio obtida é da ordem de 1/1000 do mm. Riedel mantém desde 1990, em Belo Horizonte uma câmara de vácuo com capacidade para espelhos até 400 mm de diâmetro. Os espelhos dos grandes telescópios refletores utilizados pelos astrônomos profissionais necessitam ser realuminizado periodicamente. O professor afirma ter gasto com as invenções todo o dinheiro da venda de sete imóveis. Hoje ele tem cinco funcionários e se prepara para montar, na laje do galpão, um centro de observação celeste aberto ao público. Ninguém sabe quando ficará pronto. Ele tenta acionar amigos e clientes em busca de investimento para aumentar a produção de sua fábrica. Os telescópios da B. Riedel custam entre R$ 690 e R$ 2,6 mil, dependendo de tamanho, sofisticação e acessórios. No ano passado, Riedel se aposentou como professor da Universidade Federal de Minas Gerais. A burocracia e a falta de recursos, segundo ele, empurram os espíritos criadores para fora do País. "Nas universidades americanas, uma idéia começa a ser executada em um mês. Aqui, demora anos para sair do papel, quando sai".Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/1615/ciencia/1615genio_sucata.htm http://www.telescopios.com.br/conhec.html http://www.iae.cta.br/Naee/palestra13.htm acesso em outubro de 2002 http://www.telescopios.com.br/ acesso em junho de 2005 envie seus comentários para abrantes@inpi.gov.br. Esta página não é uma publicação oficial da UNICAMP, seu conteúdo não foi examinado e/ou editado por esta instituição. A responsabilidade por seu conteúdo é exclusivamente do autor.